Search

3 de julho – Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial

A data é um estímulo para provocar a reflexão, a fim não só de que todas as pessoas tenham seus direitos garantidos como também se unam para lutar contra o preconceito.

Celebrado no dia 3 de julho, em referência à aprovação da Lei nº 1.390, em 1951, o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial foi a primeira lei contra o racismo no Brasil e se coloca como um importante ponto de reflexão sobre a necessidade da mobilização e da luta contra o preconceito racial. A data celebra o respeito à diversidade, fator necessário para que sejam construídas sociedades melhores e com uma democracia cada vez mais evoluída.

A Lei surgiu depois que uma bailarina foi impedida de se hospedar em um hotel de São Paulo por ser negra. Diante da repercussão, a legislação trouxe à tona a discussão sobre o racismo. Naquele tempo a instauração da lei teve pouco efeito pela falta de condenação. Décadas após sua criação, o cumprimento das normas ainda não é eficaz, fazendo com que a população negra continue desassistida no combate aos crimes raciais. O Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial é, assim, um grito de socorro para que os crimes tenham as suas devidas punições.

Ela viria a ser modificada em 1985, pela Lei 7.437 (de autoria do deputado federal Carlos Alberto Oliveira), que transformou as práticas de racismo em crime inafiançável, ampliando as penas para até cinco anos de prisão.

A data de hoje é um estímulo para provocar a reflexão, a fim não só de que todas as pessoas tenham seus direitos garantidos como também se unam para lutar contra o preconceito. O respeito à diversidade – incluindo raças ou cor de pele diferentes – é parte essencial da construção de uma sociedade melhor, verdadeiramente democrática e evoluída.

Racismo não se tolera, se combate!
Racismo é crime.

Discriminação em vários setores

A discriminação não está ligada apenas ao preconceito racial, mas nos mais diversos setores da sociedade. No Brasil convivemos com o extermínio de jovens negros das favelas e periferias por ações policiais. A cidade do Rio de Janeiro tem sido o principal centro desta política em que o aparato de guerra do estado mata negro e pobres. Segundo estatísticas, 86% das pessoas mortas por ações policiais no Rio são negras.

Outro setor que segrega é o mercado de trabalho. Negros e negras recebem salários inferiores mesmo tendo mais qualificação profissional e nível de escolaridade, são os mais afetados pelo desemprego e são discriminados nos locais de trabalho. Uma pesquisa feita pelo Instituto Guetto revelou que quase metade das pessoas negras não se sentem pertencentes ao seu ambiente de trabalho por sofrerem algum tipo de discriminação em sua atividade profissional. Já uma pesquisa realizada pela Catho, marketplace de tecnologia mostrou que 58% dos(as) profissionais negros(as) disseram não ter as mesmas oportunidades que os brancos.

O racismo estrutural impregnado na sociedade traz consequências imensuráveis para a vida da população negra diariamente. Seja nas ruas, nas redes sociais, no ambiente de trabalho, ou até mesmo nas instituições públicas, os(as) negros(as) lidam com esse tipo de preconceito há séculos. Mesmo com o avanço tecnológico, o grande fluxo de informações e as leis contra atos discriminatórios, vivemos um retrocesso racial, em que atitudes criminosas surgem de meios virtuais e presenciais, sem que os valores humanos sejam praticados.

A Declaração Universal das Nações Unidas é muito clara quando diz que a “discriminação racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública”.

Fonte: SINPRO-DF

Compartilhe!

Conteúdo relacionado

Projeto prevê concursos específicos para educação indígena, rural e quilombola

A proposta da senadora Teresa Leitão (PT-PE) inclui a necessidade de conteúdos curriculares e metodologias apropriadas a essas realidades.

8 de Janeiro: Um Chamado à Reflexão e ao Fortalecimento da Democracia

8 de janeiro, celebramos mais do que uma simples data no calendário, e sim um marco para a democracia brasileira, um momento de reafirmação dos valores que sustentam nossa convivência como sociedade livre e plural

Curso ensina letramCurso ensina letramento racial a trabalhadores do SUS

Elaborado pela Fiocruz e universidades, iniciativa tem 7 mil inscritos

Vinícius Júnior é eleito o melhor jogador do mundo

Brasil tem o número um do futebol após 17 anos

Vini Jr.: O melhor do mundo e a luta contra o racismo que todos devemos travar

A vitória de Vinícius Júnior como o melhor jogador do mundo no FIFA The Best 2024 é um momento histórico que transcende o futebol.

Educação como ferramenta de transformação social: A presença da Zumbi dos Palmares na Expo Favela

Em um país onde a desigualdade educacional ainda é gritante

Deixe o seu comentário!

Este site utiliza cookies para melhorar a sua experiência de navegação. Saiba mais

Navegação

Contato