Por Fernando Lavieri
Martin Luther King Jr nasceu em 15 de janeiro de 1929 em Atlanta, nos EUA. Ele foi advogado, ativista político e pastor batista. Em sua atuação política esteve à frente do maior movimento pelos direitos civis dos negros estadunidenses e, naquele dia, 28 de agosto de 1963, fez o histórico discurso que ficou conhecido como: Eu tenho um sonho, e, o estrondoso discurso foi considerado o mais importante de todo o século XX nos EUA. Luther King conseguiu, com impressionante esforço, naquele momento, transformar os degraus do Lincoln Memorial, localizado em Washington, D.C, no mais importante púlpito de todo o mundo. Suas ideias e sonhos mexeram significativamente com a cabeça de autoridades, gente da classe média e populares. Mais de duzentos mil pessoas acompanharam o espetacular discurso e apoiavam a causa.
Os EUA viviam um período de segregação racial e legalmente as pessoas negras não podiam estar e nem ocupar os mesmos espaços públicos que gente branca. Mais: havia também o componente do ódio racial, as pessoas negras eram agredidas e mortas diuturnamente. Mas, ocorreu que Luther King optou por liderar os seus seguidores por um caminho ousado e surpreendente: o de não agressão. Um momento. Quer dizer que o mesmo homem que dedicou sua vida para preservar e melhorar as condições de vida da população negra estadunidense, que presenciou, sem nada poder fazer, agressões atrozes e mortes. Ele próprio, inclusive, foi agredido inúmeras vezes, não quis o embate direto? Em outras palavras, deixou patente que o olho por olho e o dente por dente não resolveriam o problema? Sim foi exatamente o que fez Martin Luther King. Ele optou pela paz em seu mais amplo sentido.

O emblema do discurso era: Emprego, Justiça e Paz. Ele serviu de estímulo as milhares de pessoas, em sua maioria negras, seguirem firmes na Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade.
Por causa do discurso, o eminente líder político se tornou a pessoa mais jovem a ser homenageada com o Prêmio Nobel da Paz em 1964 e, a partir de sua força, surgiu no mesmo ano a Lei de Direitos Civis e, no ano seguinte, veio a Lei de Direitos Eleitorais. Martin Luther King, no entanto, foi alvo da cólera dos segregacionistas do sul do país e não conseguiu ver plenamente o seu sonho de convivência pacífica e de prosperidade para os afro-americanos florescer plenamente em sua terra natal.
Ele morreu assassinado em 4 de abril de 1968. Seu legado, no entanto, segue vivo e influenciando diversas pessoas em todas as partes do mundo. Simbolicamente, o sexagésimo aniversário do magnífico discurso foi comemorado na Casa Branca. O presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris receberam os filhos de King e algumas pessoas que fizeram parte da Marcha sobre Washington. No Salão Oval, os presentes foram unânimes em dois aspectos: reconheceram que o país ainda está longe de atingir de fato o sonho de Martin Luther King Jr., mas que o seu exemplo permanecerá vivo para sempre.