Para as pessoas que tem anemia falciforme, doença sanguínea hereditária que causa alteração dos glóbulos vermelhos, o que impede a captação de oxigênio e nutrientes de forma correta, agora surge uma grata esperança. A Food and Drug Administration (FDA), a agência governamental dos Estados Unidos que controla alimentos e medicamentos no país, autorizou a utilização de tratamento genético contra a patologia.
A terapia aprovada modifica o DNA das células-tronco do enfermo e, assim, o organismo passa a produzir glóbulos vermelhos saudáveis. A cientistas Emmanuelle Charpentier, francesa, de 55 anos de idade, e Jannifer Doudna que tem 59 anos, estadunidense, são as responsáveis pela concepção da técnica. Elas ganharam o Prêmio Nobel de Química em 2020, pelo invento.
Somente nos EUA a anemia falciforme afeta cem mil pessoas. No Brasil foram registrados 3,78 casos a cada dez mil bebês nascidos vivos, entre os anos de 2014 e 2020. Em adultos, a doença atinge entre sessenta e cem mil pessoas. O problema ocorre majoritariamente entre gente negra: segundo o Ministério da Saúde (MS), cerca de 8% desse grupo foi diagnosticado com a anemia falciforme. A notícia é boa, mas há um longo caminho até que a terapia se torne acessível.