Por: Marcos Costa
Eu quero ver desvendar o futuro que virá[…] O presente mudar
Será que é o tempo que passa
Ou quem passa somos nós?1
O hábito de pensar no futuro, desde tempos remotos da pré-história, tem feito parte do imaginário humano, tanto que essa prática está presente nas narrativas literárias, cinematográficas, religiosas, (que vai das danças dos tarôs aos cenários judaico cristão do apocalipse), ou ainda nos movimentos artísticos. Mas e a ciência, ela pode ter algo tão incerto como o futuro para ser objeto de estudo?
Dentro das ciências temos o profissional, chamado de Futurista, esse é o especialista voltado à estudar as tendências sociais, tecnológicas, econômicas e culturais para prever como serão os próximos anos. Como também, áreas de pesquisa e intervenção profissional como: Estatísticos, Economistas Políticos, Analista de Tendências, Estrategista de Futuro, Consultor de Inovação e pesquisador em estratégia de Foresight fazem parte dessa especialidade. (RATTNER,1973)2
Pensando nesses ramos de saberes a Universidade Zumbi dos Palmares (UZP), no mês de março de 2024, por meio do Grupo de Pesquisa Observatório da População Negra e o PIC Zumbi (Programa de Iniciação Científica), lançou uma série de programas, que terão exibição semanal denominado: Economia Política do Futuro.
O programa Economia Política do Futuro, pretende usar dois dos canais mais populares de comunicação no Brasil, a televisão e a internet, por meio do Canal no Youtube da TV Zumbi e o Canal Universitário, para ofertar ao público um mergulho no mundo econômico, usando para isso uma linguagem acessível, interconectando questões como: racismo ambiental, segurança climática, segurança alimentar, tendências da economia mundial, crescimento econômico e desenvolvimento.
Para isso serão convidados tanto acadêmicos, como outros ecossistemas de conhecimentos, por exemplo mestres e mestras das culturas afro-brasileiros, dos povos originários, do mundo das artes, para pensar coletivamente o que é a economia hoje e o que pode vir a ser a economia para um futuro mais inclusivo, sustentável e equânime.
Economia Política do Futuro, está sob minha gestão e do Prof. Dr. Thiago Augusto Costa Pestana, enquanto líderes do Grupo de Pesquisa Observatório da População Negra; do Prof. Marcos Alexandre Oliveira, coordenador do projeto PIC Zumbi (Programa de Iniciação Científica da Universidade Zumbi dos Palmares) e do produtor Marcelo Furtado Batista.
Para gravação do programa Economia Política do Futuro nº1, foram entrevistados membros do Conselho Regional de Economia (CORECON), Instituto da Advocacia Negra (IANB), Instituto Ação Afirmativa, Sindicato dos Economista do estado de São Paulo (SINDECON), Departamento de Relações Institucionais da Universidade Zumbi dos Palmares (UZP), Comissão da Presidência da República para os Objetivos do Milênio e a Yalorixa – Cida D’Oya do movimento Terreiros de Luta.
D’Oya apontou em entrevista ao Programa Economia Política o Futuro n.1 que a Economia do Futuro, para o povo de terreiro pode ser vivenciado nos valores civilizatórios dos terreiros. “Quando usa uma folha hoje, preserva a que ficou no pé para termos outra folha amanhã, Economia do futuro é não maltratar nem destruir o que já temos”, disse a religiosa.
Um ensinamento que ficou em minha cabeça e por isso fiz questão de destacar aqui.
Marcos Costa é articulista do Portal Afrobrasnews em Economia Política da Ciência Tecnologia e Inovação
Contato: [email protected]
REFRÊNCIA
1Samba-Enredo 2019. A Invenção do Tempo, Uma Odisseia Em 65 Minutos. Escola de Samba Dragões da Real. Composição: composição: Alemão Do Pandeiro / Armênio Poesia / CG / Fábio Brazza / Galo / Leo Do Cavaco / Paulo Senna / Renne Campos / Ronaldo Maransaldi / Wagner Rodrigues / Xandinho Nocera.Diposnível em:< https://www.letras.mus.br/dragoes-dareal/samba-enredo-2019-a-invencao-do-tempo-uma-odisseia-em-65-minutos/>. Acesso em: 16/fev2024.
RATTNER, Henrich. Considerações sobre tendências da Futurologia. Contemporânea.
Departamento de Ciências Sociais da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas. R. Adm. Emp., Rio de Janeiro, jul./set. 1973(p.89-113) Samba-Enredo 2019/ Escola de Samba Dragões da Real