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Mandela, presente!

O líder político sul-africano, falecido em 2013, sempre será lembrado como símbolo da luta contra o antiapartheid

Por Fernando Lavieri

 

Por que no dia 18 de julho se comemora universalmente a luta contra a segregação racial? Por que no dia 18 de julho celebramos, por conseguinte, o combate ao racismo? Por que no dia 18 de julho também lembramos da luta por justiça, liberdade e Direitos Humanos? A reposta: o dia 18 de julho é a data de nascimento de Nelson Mandela, o maior símbolo pela libertação da África do Sul, seu país de nascença, do sistema de apartheid. Por isso, a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2009, instituiu a data como sendo o Dia Internacional Nelson Mandela.

O apartheid foi uma estrutura institucional brutal de segregação racial que esteve vigente na África do Sul entre os anos de 1948 até 1994, ano em que Mandela sagrou-se presidente sul-africano. Na prática, o apartheid era um conjunto de normas que impediam a simples convivência entre pessoas negras e brancas em ambientes públicos. Durante o período, gente preta não tinha os mesmos direitos à educação, trabalho e circulação. Eles tinham sempre de portar a documentação necessária para transitar e, caso fossem pegos em locais proibidos ou em lugares comuns, mas sem as certificações de permissão, eram agredidos verbal e fisicamente e encarcerados. O apartheid, na época, reservava quase 90% de todo o território a pessoas brancas e os negros eram destinados aos chamados bantustões, espécie de reserva étnica.

Nelson Mandela, apelidado de Madiba na África do Sul, lutou incansavelmente pela abolição do apartheid em seu país. Mesmo preso por vinte e sete anos não esmoreceu e continuou articulando politicamente pela queda do regime. Sua altiva postura e firme atuação chamou atenção internacional, o que foi determinante para o fim do apartheid. Após se tornar presidente, Nelson Mandela é reconhecido mundialmente como o símbolo de liberdade. É necessário lembrar que o Brasil também o via dessa maneira e, tal deferência pode ser comprovada quando Madiba e Winne Mandela, sua esposa, visitaram a Bahia, 1991. Foram ambos recebidos com imenso calor humano pela população. Para além da afeição demonstrada pela sociedade soteropolitana, o líder sul-africano foi condecorado pelo poder público com um busto na prefeitura de Salvador e com o título de Libertador da Humanidade. Do alto de sua sabedoria, agradeceu e elogiou a Constituição brasileira, à época, incipiente, que proíbe veementemente a discriminação racial, mas pontuou que a população negra ainda não havia alcançado com plenitude a integração econômica.

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