Claudine Gay, a primeira presidente negra da Universidade de Harvard, detém agora também o título de menor mandato da história. Nesta terça-feira (2), com apenas 6 meses no cargo, ela entregou carta de renúncia, após receber críticas por sua gestão dos casos de antissemitismo no campus em decorrência do conflito em Gaza, além de acusações de plágio em seu trabalho acadêmico.
Em sua carta aberta de renuncia, disse que tomou a decisão “com um peso no coração, mas um profundo amor por Harvard”, explicando que “ficou claro que é melhor para Harvard que eu renuncie para que nossa comunidade possa navegar por esse momento de desafio extraordinário, com foco na instituição em vez de em qualquer indivíduo”.
Claudine vinha sendo alvo de críticas após relatos de que não citava adequadamente fontes acadêmicas o descontentamento de doadores, congressistas e parte dos corpos docente e discente pela forma como lidou com protestos anti-Israel no campus desde o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro. As acusações mais recentes foram publicadas anonimamente na internet, em um meio conservador.
Claudine, 53 anos, que fez história como a primeira pessoa negra a liderar a poderosa universidade, localizada em Cambridge, Massachusetts, afirmou em sua carta de renúncia que foi vítima de ataques pessoais e racismo. “Tem sido angustiante levantarem dúvidas sobre meus compromissos em confrontar o ódio e sustentar o rigor acadêmico… E assustador ser sujeita a ataques pessoais e ameaças motivados por animosidade racial”, escreveu.
A presidente também se viu envolvida em polêmicas ao se recusar a dizer de forma inequívoca se pedir o genocídio dos judeus violava o código de conduta de Harvard, durante uma audiência no Congresso ao lado dos reitores do MIT e da Universidade da Pensilvânia, no mês passado. A repercussão foi tão grande que o ex-aluno e doador bilionário Bill Ackman afirmou em carta à administração de Harvard que “os fracassos da reitora Claudine resultaram no cancelamento e na pausa e retirada de doações à universidade na casa dos bilhões de dólares”.
*Com informações da AFP e Carta Capital