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Opinião
Rejane Romano
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Um convite à intencionalidade

Não faz muito tempo que a Inteligência Artificial chegou ao ápice aqui no Brasil, e desde então, é destaque em conferências, matérias jornalísticas…

*Por Rejane Romano

 

Não faz muito tempo que a Inteligência Artificial chegou ao ápice aqui no Brasil, e desde então, é destaque em conferências, matérias jornalísticas… Muitas pessoas acessaram novos sites e até baixaram apps para testar e conhecer “a nova onda do momento”. Não foi algo mandatório, simplesmente aconteceu. Um entendimento das necessidades que a atual conjuntura exige. Para se ter uma ideia, no início, o ChatGPT era todo em inglês, e nem isso foi um fator limitante. Uma corrida para atualizar o LinkedIn com a IA tomou a cena. Nada contra. Minhas reflexões de hoje são justamente sobre isso: intencionalidade. Ela nasce da necessidade, do reconhecimento/entendimento de que algo é relevante para dedicarmos tempo e esforço para tal.

A diversidade está em pauta há alguns bons anos, ela foi fomentada e ganhou ainda mais destaque no apogeu do ESG. Políticas públicas e privadas são dialogadas nesse contexto (diga-se de passagem, até alguns retrocessos ressurgem, como a questão da união homoafetiva). Há estudos e mais estudos que apontam que sim, a diversidade é boa para os negócios.

No entanto, há “dificuldades”, e não vejo empenho similar ao exemplo que estou amadoramente tentando comparar nessas linhas. Se há uma mudança linguística com o propósito de termos uma linguagem inclusiva (todes, delu, etc.) já ouvi falas do tipo: “não consigo”. Há quem insista em atribuir o pronome masculino, ou vice-versa, mesmo diante de uma pessoa que tem nome, vestes e aparência feminina/masculina.

Na questão racial não é diferente, e são muitas as “dificuldades”. O mesmo ocorre com as expressões capacitistas, nas quais a exclusão das mesmas do vocabulário não acontecem porque algumas pessoas simplesmente “não conseguem”.

Você pode me dizer que a mudança cultural é mais complexa. Entendo. Mas, e a intencionalidade? Se entendermos a diversidade como um importante ativo para os negócios, que traz criatividade, potencial competitivo e até evita crises de reputação, entenderemos que essas tais dificuldade são apenas etapas do processo de transformação. Tal qual fazemos com tantas outras situações em nossa vida, em nosso dia a dia. A intencionalidade está em tudo, nas decisões que tomamos, e é o que nos mantém firmes no propósito. Porque “dificuldades”, que entendo como desafios, vão existir sempre. Mas, a motivação em nos fazer continuar para superá-las é a nossa resposta àquilo que consideramos de fato importante.

Se entendemos a diversidade como estratégia de negócios (como não entendê-la?), como não mergulhar nesse universo, desprendendo-nos de velhos conceitos, da cultura, por vezes intrínseca, mas que precisa atender às mudanças, às novas necessidades?

Então, a minha provocação é a você que entende a diversidade como indispensável. É um convite à intencionalidade, porque assim como para a IA, ferramentas não faltam para que você se letre, seja autônomo em suas buscas e aprenda. Algo que será vantajoso para todes.

* Foto de capa: iStock

 

  • Rejane Romano é jornalista, pós-graduada em Mídia, Informação e Cultura pela Universidade de São Paulo (USP) e atualmente é diretora de comunicação na agência DPZ.

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