Por Fernando Lavieri
Faz papel de trapaceiro o clube de futebol Valencia da Espanha ao chamar Vinícius Júnior de mentiroso. E faz coro a mentira o periódico esportivo Superdeporte ao estampar em sua capa imagem do jogador brasileiro com um nariz grande e o título de “Pinóquio”. E por que é possível afirmar que ambos estão mentindo? Simples. Quaisquer pessoas que tenham acesso à internet podem comprovar o que houve no domingo 20 de maio. A torcida do Valencia, durante o jogo contra o Real Madrid, em quase sua totalidade agrediu Vini Jr. xingando-o de macaco. Tanto é assim que o arbitro da partida teve de interromper o confronto e, depois, Ministério Público de Valencia denunciou torcedores por crime de ódio e o processo seguiu. Mas por qual motivo o Valencia diz em nota oficial que Vini Jr. Faltou com a verdade em juízo? Porque há, isso sim, uma tentativa de se distorcer o fato do racismo cotidiano contra diversos, se não todos, os jogadores de futebol de origem afro naquele país. O racismo direcionado ao craque Vini Júnior pelas torcidas adversárias é inegável apesar de haver uma onda que tenta fazer de conta que não aconteceu. Vinícios Júnior age de forma exemplar na Espanha: é destaque de um dos maiores times de todo o mundo e sabe como usar esse status contra o racismo dispendido a ele. A atitude da Liga espanhola de futebol, por sua vez, é vergonhosa. Ela deveria ter banido o Valencia e, quanto a publicação, no mínimo tem de se retratar com uma capa, com destaque semelhante, mas, dessa vez, enaltecendo a postura de Vini Jr como símbolo da luta mundial contra o racismo.